Yallah!

                               Sobre palavras e corpos!


                           Para começar nosso bate papo sobre dança do ventre, pensei muito sobre à respeito do que escrever, sobre a origem, sobre o desenvolvimento, a cultura.... Enfim, não cheguei a nenhuma conclusão que me agradasse para abrir este espaço. Então comecei a refletir sobre qual é a concepção de dança do ventre para mim e o que eu gostaria que as pessoas que veem – e também as que praticam – entendam desta dança. Portanto, estou eu aqui, abrindo este espaço com uma opinião pessoal. 
                  Há alguns dias, li um texto postado na internet falando sobre a origem do termo “virgem”, achei bem interessante, porque normalmente utilizamos as palavras, sem refletir sobre sua origem e seu significado inicial, pois como falamos uma língua viva, as palavras vão se modificando e ganhando novas conotações de acordo com a cultura vigente em dado momento, mas é importante termos pelo menos uma noção destes pormenores históricos, até mesmo para entendermos o nosso próprio funcionamento, pois a palavra é aquilo pelo qual nos definimos!
                         Voltando ao texto, ele diz das mulheres a quem este termo foi ligado, e como, por um interesse ocorrido em dado momento histórico, este termo ganhou uma conotação totalmente diferente. Por que isso é importante para a dança, porque diz de nós mulheres e a forma como vimos sendo moldadas ao longo de nossa pequena história ocidental! Apreciem o texto e reflitam!

"Antigas sacerdotisas da lua eram chamadas de virgens. 'Virgem' significava não-casada, não-
pertencente a um homem - uma mulher que era UMA EM SI MESMA.A palavra deriva do Latim, significando força, habilidade, e mais tarde foi aplicada a homens como 'viril'.
Ishtar, Diana, Astarte, Isis eram todas chamadas Virgens, o que não se referia à sua castidade sexual, 
mas à sua independência sexual. E todos os grandes heróis de culturas passadas, míticos ou históricos, eram ditos serem nascidos de mães virgens: Marduk, Gilgamesh, Buda, Osíris, Dionísio, Genghis Khan, Jesus - todos eram reconhecidos como filhos da Grande Mãe, a Força Original, e seus enormes poderes provinham dela. Quando os Hebreus usaram a palavra, no original em Aramaico significava "mulher jovem", "donzela", sem conotações de castidade sexual. Mas mais tarde tradutores cristãos não puderam conceber a "Virgem Maria" como uma mulher de sexualidade independente; eles distorceram o significado para sexualmente pura, intocada, casta".
Monica Sjöö, The Great Cosmic Mother: Rediscovering the Religion of the Earth Extraído de MULHERES & DEUSAS

                Vivemos ainda hoje em uma sociedade na qual a mulher é um objeto! A mulher que está na dança do ventre é tida ainda mais como um objeto; mas não o objeto de desejo, e sim aquele que pode ser usado e descartado. Não permitam que esta visão se estabeleça em relação a vocês.
                   Seu corpo é seu templo, cuide dele e de quem o acessa.
                   Sejam livres! Sejam virgens sempre!

Nádia



Dança do Ventre, sábados, das 8 às 10h da manhã!

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